Glaucia Colli Inglez; Milene Tino De Franco; Juliana Bettini Verdiani Cizauskas; Alessandra Fernandes Bizerra
Description:
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><p align="justify">Os processos de divulgação e educação em Ciências vêm tomando grande importância, principalmente a partir do último quarto do século passado. Os museus de ciências, enquanto espaços de educação não formal, têm papel importante na ampliação e refinamento desses processos e, sendo locais abertos à população, são demandados a desenvolver propostas inclusivas. O Museu de Microbiologia do Instituto Butantan desenvolveu uma série de atividades e materiais educativos sobre microrganismos para facilitar a aproximação entre o público deficiente visual e a cultura científica. No presente estudo procurou-se compreender como os visitantes deficientes visuais interpretam os materiais desenvolvidos, verificar qual o entendimento que o uso desses materiais propicia e estudar os tipos de significados que lhes são dados. Pessoas com deficiência visual foram entrevistadas durante a exploração do material com o auxílio de um áudio-guia e as conversas geradas foram analisadas, estabelecendo-se categorias interpretativas. A categoria mais frequente foi a “Estratégica de Uso” (11,8%), quando os deficientes visuais manifestavam suas impressões sobre como utilizar o Programa MicroToque. Outras duas categorias, “Afetiva de Prazer” (10,2%) e “Perceptiva de Identificação” (8,6%) foram também encontradas. A junção das ferramentas tátil e auditiva foi fundamental para a resolução de problemas e criação de representações visuais, importantes para construção e compreensão de conceitos e facilitando a organização do pensamento teórico. Sugere-se aqui a necessidade de uma organização dos conteúdos que favoreça o estabelecimento de conversas interpretativas conceituais e também a consideração dos conhecimentos prévios de visitantes com deficiência visual na elaboração dos aparatos a eles destinados, o que poderia propiciar maior frequência de outras elaborações conversacionais. </p><br></br><br />Palavras-chave: Deficientes visuais. Museu de Ciências. Materiais para toque. Conversas de aprendizado.<br /></span></p>