Description:
Este trabalho levantará questões concernentes a uma ética fenomenológica. Para isto, procuraremosencontrar subsídios através da passagem do logos do mundo estético para o logos do mundo cultural,em Merleau-Ponty. Um fio condutor será determinado por este filósofo, com o intento de entender anatureza da vida no mundo. Este fio condutor é chamado de presença originária que, por sua vez,pode ser identificado tanto no logos estético como no logos cultural. Merleau-Ponty faz umaprofunda análise dos estudos levantados por Husserl, especialmente o Husserl mais tardio, no qualencontramos a descoberta de uma fenomenologia da vida. Por meio da descoberta do corporeflexionante,Merleau-Ponty celebra a encarnação da fenomenologia da vida levantada por Husserl.Estes dois filósofos conferem uma profunda ênfase em relação a nossa atitude através da aberturado mundo, do outro e da objetividade lógica. Para melhor compreendermos esta perspectivafilosófica, teremos a contribuição de Waldenfels que estenderá o conceito de atitude e tornará,assim, uma ética fenomenológica mais evidente, na qual nossa atitude precisa dar uma respostaética, ou melhor, não pode não responder, pois a abertura do mundo cria em nós um desafio que nosguiará a uma atitude concreta. Este desafio é gerado por clamores que dialogam com a lei (regra) e ajustiça (ética). Este diálogo, em princípio, gera uma estranheza que nos leva a um limiar, criando umafenda, permitindo um novo processo de constituição. Quando Waldenfels diz que o Ethos começa daplanície dos sentidos, quer falar que o que nos afeta depende do corpo próprio que é afetado e queo que nos afeta exprime sentido para nós. Em outras palavras, o que clama a nós como possibilidadede sentido precisa realmente passar pela planície dos sentidos; deverá, portanto ser entendido evivido pelo corpo próprio. Em Waldenfels, podemos encontrar claramente uma ética responsiva euma ética dos sentidos, permitindo a construção de uma ética fenomenológica.